Aqui está o meu cantinho dos desarranjos mentais. Lufadas de merda que me passam pela cabeça! Umas mais sérias que outras mas isso não interessa nada! São apenas mais uns textos na net. Enjoy!

quinta-feira, maio 24, 2007

A Teoria do Palavrão

Um palavrão no momento certo é sem dúvida útil e bastante terapêutico. Não acreditam?! A sério! Não estou apenas a desculpar-me por mandar umas quantas bujardas de vez em quando. Não se trata disso, mas é a mais pura das verdades e por muito que uma pessoa possa dizer que não o faz, é porque é uma mentirosa. Uma pessoa queima-se num tacho lá em casa e vai berrar “CÓ-CÓ” ou “ESCREMENTO” ou “PROCRIAÇÃO” ou até mesmo “PÉNIS”, muito menos vai berrar com certeza, “RELAÇÃO SEXUAL” que são duas palavras em que é preciso algum poder de articulação, que a dor que se está a sentir no momento não permitem. Eu grito com todos os pulmões palavras como “foda-se” “merda” e “caralho” umas boas vezes enquanto estou aos pulos pela cozinha, até me lembrar que há uma torneira ali ao lado para poder pôr a mão debaixo de água e aliviar a dor. O que queriam que eu fizesse? Dissesse “ai ai ai que me queimei”?
É como naquelas situações de frustração com um pouco de raiva à mistura. Por exemplo, vamos jogar à bola e o jogo está renhido, o que faz que de um jogo de amigos se torne rapidamente numa aguerrida competição. Um colega tem um lance infeliz e a outra equipa marca um golo, gritamos logo “Foda-se és uma merda, como é que deixaste a bola passar” ou algo do género. O que é que o palavrão faz aqui? Evita agressões físicas, porque o tipo merecia era um bom par de estalos por aquele golo que sofremos. Até podemos perder o jogo por causa daquele golo e depois estamos a ser gozados pela outra equipa uns bons 10 minutos enquanto pagamos o aluguer do campo. 10 minutos de humilhação, 10 minutos inteirinhos, até podiam ser 5 se o pessoal levasse dinheiro trocado, mas não, são 10. Há também a pura frustração, que normalmente acontece quando se vai ver as pautas das notas na universidade. Aí um ténue “foda-se”, acompanhado com um passar a mão pela cabeça é sempre habitual, quando se olha para a nota de apenas um dígito e dos mais baixinhos. Aqui, é terapia pura, em vez de andarmos a pensar porque é que tivemos aquela nota e em que é que falhamos, dizemos o palavrão e evita-se um monte de perguntas que não nos vão elucidar por aí além, vamos para o bar com a nossa frustração que se vai embora acompanha de um café e a companhia de uns quantos amigos.
O palavrão serve também para expressar com todo o seu esplendor e merecida magnitude um momento de extrema alegria. Um tipo passa à cadeira mais difícil do curso e não diz “Que bom, passei”, não, uma pessoa para conseguir mostrar o quanto aquela situação lhe causou uma incomensurável sensação de alegria e de conquista tem de gritar “PASSEI, CARALHO… PASSEI” e só assim o espírito daquele momento é correctamente verbalizado.
E assim que tenho que concluir que o palavrão além de útil para expressar determinados estados de espírito, é também benéfico para a saúde mental daquele que o profere e da própria ordem social por evitar agressões físicas com o lançar de uma simples palavra, que exactamente pela sua força e extrema importância é denominada com o superlativo de “palavra” ou seja “palavrão”.

1 Comments:

Blogger MAF_FIA said...

Menos Paulo, menos...

1:34 da tarde

 

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