Telemóveis!
Telemóveis, bué telemóveis, pelo menos um por pessoa! Hoje em dia confesso que não consigo viver sem o “brinquedo”, mas quando vejo um miúdo de 13 anos com um, faz-me lembrar na altura em que ninguém tinha. Não era por isso que deixávamos de combinar coisas, como cinemas, cafés, idas à praia, ou o quer que fosse. Agora é fácil, manda-se um sms e pronto. Na altura também n era difícil, no dia anterior havia uma negociação do que se ia fazer no dia seguinte e ficava tudo combinado na altura, e isto funcionava com amigos, colegas e namoradas. E até tinha muito mais piada quando se conseguia engatar a menina e ela nos dava o numerozito de casa, além do nervosismo de ir telefonar para a mocita, havia sempre o stress de ser o pai desconfiado a atender e fazer perguntas para tentar perceber se o rapazolas é bandalho que lhe está a tentar roubar a filhinha ou é só um colega de escola a ligar por causa de um trabalho de grupo. Era a desculpa perfeita,
- Estou
- Está sim boa noite. É da casa da Maria (com a voz meio a tremer e a falar baixinho)
- É sim, e quem é que quer falar com ela? (diz o pai c ar arrogante)
- É um colega da escola para falar do trabalho de grupo.
Por norma isto chegava, mas às vezes eles queriam mesmo saber mais.
- E como é que te chamas
- Paulo (era claro que podia dar barraca e ela n ver que a cena do trabalho de grupo era tanga e n perceber quem era, então passava-se para a fase de ser chato), diga que no sábado na festa da Ana (que era onde o engate tinha sido feito e ela assim já sabia quem era) combinei com ela o trabalho de grupo mas n vou poder ir nesse dia porque a minha mãe pediu-me para ir com a minha avó ao hospi…
- (o pai interrompe) sim, sim, está bem já a vou chamar.
E como nós homens somos muito sintéticos (q é uma característica q nos acompanha desde o nascimento até à morte) sabemos logo que o que o cota vai dizer, é algo tipo, “Maria, está ali um Paulo ao telefone por causa de qualquer coisa, dum trabalho e duma festa da Ana” e pronto estava feito!
Agora nem tem piada, recebe-se o numero de telemóvel e manda-se logo umas sms e quando se recebe as respostas é claro que se tem logo os amigalhaços ao lado a quem se pergunta logo “o que achas que diga agora?”, ou seja, alem de ser algo mais impessoal, o engate é um engate colectivo, tipo equipa de apoio ao engate. É claro que depois temos que combinar umas saídas com ela e as amigas como forma de pagamento ao serviço prestado e de companheirismo para com os nossos amigos.
Agora que todos têm telemóvel, toda a gente pode aparentemente controlar toda a gente. Mas isto é só uma ilusão. Quem utiliza o telemóvel normalmente já tem os truques todos para contornar chamadas inoportunas com, “agora n posso, telefono-lhe já” ou dizendo que estão noutro sitio qualquer, ou o “telefona-me daqui a 10 minutos” e desligar o telefone e depois a culpa é sempre da bateria. Há sempre outras menos credíveis como “deixei o telemóvel no silêncio, nem me lembrei de pôr som e n o ouvi”, outras como, “tava a tomar banho” ou que o telemóvel ta noutra divisão e a televisão estava alta. Todos nós já levamos com essas desculpas pelo menos umas 4 ou 5 vezes por semana, por isso já nem ficamos ofendidos com o facto da outra pessoa n querer falar connosco. Sabemos que é peta, mas como fazemos o mesmo não podemos dizer nada, mais vale nos enganarmos a nós próprios e acreditar na tanga que nos mandaram.
Eu n sei se vos acontece ou se é só a mim, mas quando preciso mesmo do telemóvel, não para saber qualquer fofóquisse, mas quando o carro empana ou se passa algo mesmo importante e com uma certa urgência, nunca, mas mesmo nunca tenho dinheiro no telemóvel, ou isso, ou está sem bateria, é uma frustração dos diabos, tipo, estares empanado no meio da serra de Sintra às 3 da manha, ter um telefone na mão e não poderes chamar ninguém para o teu auxilio. O telemóvel pode sempre servir de passatempo com os joguinhos ou simplesmente a chatear os amigos com umas sms parvas. Acho que as pessoas hoje em dia se passavam dos carretos se ficassem sem o seu telemóvel. Tinha piada que as operadoras não funcionassem durante uma semana, era o caos! Andava tudo aos papeis a pensar como é que faziam para falar com o “não-sei-quantos” por causa daquela coisa qualquer. Vamos lá apoiar a proliferação dos teleles. Porque não implantar já nas criancinhas, telemóveis internos, assim até era mais prático, que há praí cada tijolo e não dá jeito nenhum andar com aquilo, especialmente os homens que n andam c malas. Só era chato ter de ficar com um cabo ligado da cabeça à ficha eléctrica 2 horas para o carregar, mas até se aproveitava esse tempo para ver um filmezito em família, todos ligados à corrente.
1 Comments:
Epa adorei o termo Equipa de Apoio ao Engate ou EAE... Parece um destacamento ou divisão especial... OK PEOPLE... WE GOT INCOMING... THERE IT IS!?! SHE ASKS FOR COFFE WHAT DO I DO!!!! PRONTO... KOWALSKI WRITE THE ANSWER NOW...
12:27 da tarde
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