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Se te dissessem para escolher o momento mais feliz da tua vida? Qual seria? Será apenas a isso que se vai resumir a tua felicidade? A um momento longínquo e que não mais tornará a voltar? Recordar passados vividos ensina-nos a não cometer erros e são o mapa para a nossa felicidade, fazem-nos optar pelo que a experiência nos ensinou ser mais sensato. Mas não será essa cautela o que te prende? Essas podem ser também as amarras que não te deixam sonhar, que te arrastam pela monótona rotina do previsível, onde tudo é pensado e estudado, para nada, absolutamente nada sair do nosso controlo. Sem surpresas, sem alegrias inesperadas, correndo o risco de perder o que de melhor a vida nos pode dar, só porque não está no programa de eventos que nós traçamos para nós próprios.
Somos finitos, seres a caminhar minuto a minuto para o seu fim e neste contra-relógio só temos uma oportunidade. Por isso não tenhas medo, vive a vida como um furacão enraivecido, arranca esses sentimentos em turbilhão escondidos dentro de ti e põe-os à flor da pele. Sente, aprecia, saboreia tudo o que te rodeia como se fosse a primeira vez. Arrisca, entrega-te ao desconhecido que te atrai, mas de que tens medo, desbrava os caminhos da vida com toda a tua força.
Agora perguntas-me, “e não tens medo de cair?”. E se cair? Não são as mágoas que me matam, o que me mata é não viver. Levanto-me e começo de novo a caminhar para a frente mesmo ferido. Recuso-me a ficar parado a olhar para as minhas feridas a pensar “nunca mais”. Prefiro mil vezes o corpo marcado por cicatrizes do que estar numa campânula imaculadamente seguro e ser um mero espectador do que me vai rodeando. As feridas saram com o tempo, mas os desgostos do que poderia ter sido e não foi, acompanham-nos até ao fim desta nossa jornada. E sendo fiel ao que sinto, vou continuando, nem que me arraste como um moribundo em busca da salvação. E mesmo que não a encontre, mesmo que falhe, sei que lutei. Luta tu também. A resignação e a espera nunca trouxeram nada a ninguém. Pensa no que te disse, reflecte nestas palavras que podem não valer nada, não deixam de ser apenas uns caracteres juntos, mas podem de alguma maneira servir algum propósito, pode ser que a mensagem nelas contida chegue até ti e te possa fazer algum sentido.
E quem sou para te dizer isto?! Provavelmente mais um ninguém…
1 Comments:
...O que te prende acaba por ser o receio dos momentos vividos com demasiada intensidade: o medo de mais experinência nenhuma se igualar, o receio de criar um ponto de referência que torne redundante o que viveste, o terror de voltar a "cair" porque - por mais que se siaba que nos voltamos a levantar - a memória "fisica" da dor continua lá.
Se conseguires, mesmo que um passo de cada vez, ignorar esse medo e voltar a correr o risco de "cair": tens os meus parabéns
2:45 da manhã
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