O Guerreiro
O fim está próximo, o ambiente tenso sente-se no ar, é tão forte que se consegue tocar. As últimas semanas foram duras para o destemido guerreiro, preparando-se e treinando exaustivamente para nada falhar. Preparado, com o ar inexpressivo, onde apenas o olhar denuncia o tumulto de emoções que o invadem no seu mais íntimo interior. Olhando o horizonte transmite calma e a confiança de quem já ganhou a batalha, a batalha das batalhas, que pode pôr um fim a tudo isto. É uma questão de tempo, o sol vai nascer e tudo vai começar, dos últimos preparativos à entrada no campo de batalha tudo está estudado, tudo é feito com a calma e solenidade que estes momentos obrigam, tudo se passa como se estivesse num filme em câmara lenta. Esta guerra é só dele, só ele sabe saborear realmente tudo isto, só ele está a viver todo aquele momento e a vitória, se chegar, também será só dele.
Depois da celebração de vitória, outras batalhas virão. Como guerreiro que é, ele apenas sabe lutar e é isso que vai fazer até ao dia em que a morte o vencer na batalha da vida. Agarrado ao seu fiel montante com toda a força pela vontade bruta de vencer, ele parte para uma nova guerra cada vez mais forte, cada vez mais sábio.
Esta é a vida que escolheu e não quer outra, sempre em busca de se encontrar um dia e perceber para que desígnio foi ele escolhido, pode ser que se encontre e perceba a finalidade da sua existência no meio de tanta luta, de tanto cansaço, de tanto suor e tanto sangue.
No dia do ultimo suspiro as portas de valhalla se abrirão e a glória de uma vida plena de vitórias o honrarão por tudo o que foi, ou então, será apenas mais um despojo de guerra, mais uma carne fria e morta sem ninguém que o lembre, que o honre, que o ame. Apenas carne putrefacta e nada mais que isso.
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