Aqui está o meu cantinho dos desarranjos mentais. Lufadas de merda que me passam pela cabeça! Umas mais sérias que outras mas isso não interessa nada! São apenas mais uns textos na net. Enjoy!

quinta-feira, julho 19, 2007

Quando é que somos felizes...

Quando será que seremos felizes? O que é que será que podemos qualificar como felicidade? Será que esta palavra é tão real como uma miragem? É uma comparação tão triste, saber que a vemos lá ao longe, que vamos caminhando todos os dias com uma força inquebrantável e nunca acabamos por lá chegar, até à inevitável constatação que tudo não passa de uma mera ilusão de óptica. Não quero acreditar nisto, não pode ser possível. Não fomos dotados da extraordinária capacidade de racionalizar objectivos, de sentir afectos e de sonhar para depois de tudo isto, esta jornada apenas se concretizar numa extenuante caminhada que não nos leva a lado nenhum. Cada vez sinto que esta felicidade nos é dada em pequenas porções, pequenos momentos dispersos pela vida, tão dispersos que nem nos apercebemos dela. Em vez do apoteótico final, como num concerto de orquestra, temos é que apreciar cada nota, cada pequeno solo desta longa música, em vez de esperar um “grand finale” que pode nem vir a acontecer. Nem só o coração é nosso aliado nessa busca, como também não é só a nossa cabeça, a conjugação dos dois é importante, sentimentos com alguma visão. Nunca foi bom andar às escuras à procura de algo que temos o pressentimento que está lá. Mas muitas vezes não está e somos apenas enganados, traídos pelo cego coração afoito de sentir qualquer coisa para se sentir vivo. De outras vezes o questionador cérebro não nos deixa sentir e faz de nós autómatos, máquinas que realizam as tarefas diárias e cumprem as responsabilidades conferidas no nosso quotidiano, numa aritmética perfeita de pensamento lógico que nos permite ultrapassar todos esses obstáculos do dia a dia. Bloqueiam os nossos sentidos e ficamos como burros de palas nos olhos, fitando apenas o que está à nossa frente, não nos deixando aperceber de tudo de bom que nos rodeia e que nos pode dar aqueles momentos de felicidade tão preciosos e escassos.
E quando encontramos este equilíbrio do nosso ser pensante e do nosso ser sentimental, poderemos então, na minha humilde opinião, descobrir muitos mais momentos de felicidade de que esperaríamos. A isto meus amigos, chama-se viver. É viver em toda a plenitude com tudo o que temos.